Quando meu filho tinha aproximadamente 1 ano e meio, percebemos alguns atrasos em seu desenvolvimento, afinal acompanhamos cada fase e cada descoberta de nosso pequeno. Resolvemos buscar, respostas em aplicativos e blogs, que abordassem assuntos relativos a comportamentos relacionados a bebês e crianças. Isso foi fundamental para percebermos um certo atraso principalmente na FALA. Procuramos rapidamente um caminho, pois corríamos contra o tempo, o levamos em alguns médicos sempre levantando algumas questões e, praticamente todos disseram que meu filho não tinha estímulos suficientes para se desenvolver, e que precisávamos estimulá-lo com mais frequência. “Pais de primeira viagem” ..., jamais imaginaríamos ou tínhamos algum diagnóstico que nos convencesse até aquele momento afinal eram apenas desconfianças. Meu filho falava apenas “mama e papa”, não se expressava da mesma maneira que outras crianças de sua idade: não apontava, não pedia ou mostrava o que queria, se quer brincava funcionalmente com nenhum brinquedo. Era vidrado em desenhos na TV, e mal nos percebia quando estava diante dela. Não respondia na maioria das vezes o chamávamos pelo nome. Mas, não desistimos, pois, nossos extintos e pouco conhecimentos que tínhamos mostrava que realmente havia algo a mais. Decidimos então, com 2 anos colocá-lo na escola e prontamente levamos estas questões para serem discutidas após sua adaptação. E foi assim que depois de uma reunião escolar discutida com um enorme carinho por parte da escola, que resolvemos seguir a adiante em nossas buscas. Pois, até então estávamos praticamente no escuro, buscando soluções na internet e também algumas possibilidades, e praticamente nos deparamos e nos identificamos com diversos vídeos de autismo, mas como não existe uma característica comum compartilhada por todas as crianças dentro do espectro. Meu filho foi para avaliação neuropsicológica. Foi a avaliação mais longa e difícil de nossas vidas. Foram três meses de pura angustia em busca de uma resposta, nos aprofundamos mais sobre o assunto, afinal achávamos que assim nos sentiríamos mais preparados para o resultado final. Infelizmente ninguém está e, nunca estará preparado para ouvir que “seu pequeno poderá enfrentar diversas dificuldades ao longa da sua vida”. Meu coração de mãe sempre soube, mas não queria acreditar, naquele dia eu chorei, não diante da possibilidade de algum diagnóstico definir que meu filho é autista, mas sim pelo fato de como a sociedade não está nenhum pouco preparada para receber o diferente. Alguém que seja tão puro que não perceba a maldade e os olhares das outras pessoas. Talvez nem sempre eu esteja junto a ele, para defendê-lo, mas apesar de todas as minhas dúvidas e todas as minhas incertezas, decidi lutar para que ele seja a pessoa independente e que tenha autonomia em suas decisões, e principalmente, que seja MUITO FELIZ. Falar sobre o Autismo me faz mais FORTE, decidi que devo sim levar informações, ser a voz que mudará estas pessoas, que por puro medo do desconhecido não sabem enfrentar. A cada dia que passa só me fortaleço. Sou uma mãe mais forte quando eu olho para ele e vejo que nada pode limita-lo, porque ele sempre foi e sempre será a mesma criança que gerei, cuidei e cuidarei com todo meu amor. Hoje entendo que com perseverança, mais informações , mais conhecimento, mais terapias, atenção, carinho, paciência e amor e com tudo que o autismo possa nos trazer de barreiras, vamos enfrentá-lo e mostrar ao mundo que apesar das dificuldades que ele venha enfrentar ele estará preparado para ser quem ele quiser.
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